Segundas e Sábados: 15h - 19h
Terças, Quartas, Quintas e Sextas: 10h - 12h30 e 15h - 19h
Esta exposição procurou na essência do livro “Das Revoluções das Esferas Celestes”, a sua origem.
Trata-se de um livro guia que, quando foi publicado em 1543, marcou não só uma época, mas comprometeu o saber e a crença, iniciando uma revolução profunda. Foi o começo de uma mudança radical em que o universo geocêntrico ou antropocêntrico, que estabelecia o Homem como o centro do universo e a Terra como eixo central, com o Sol e todos os outros planetas conhecidos a girar à sua volta, acabava por sucumbir às mãos da ciência. Foi este o primeiro pensamento que destronou não só o Homem do seu lugar privilegiado, onde a religião o tinha colocado, como obrigou a repensar toda a astronomia com as inevitáveis consequências.
Na altura da publicação do livro, a desconfiança foi total. Foi considerado um livro perverso e de pensamento subversivo; foi por isso desacreditado pelos representantes do clero, pela profunda interferência que exerceria na crença, minando os pilares da religião católica.
Lutero referiu que, com este pensamento o Homem já não seria o centro de todas as coisas, como era à imagem de Deus, mas um ser periférico, entre as coisas.
Esta exposição é sobre essa periferia na qual vivemos, um local para o qual a ciência nos enviou sem qualquer redenção. Mas se é uma exposição que aborda o pensamento emitido desde esse local periférico (e não existindo outro), há também uma parte desse pensamento que procura um ajuste de contas com o passado, um pensamento calibrado ao desejo de emanação, a partir de uma periferia moral, privilegiada e punitiva. Esta exposição é também sobre essa dúvida proveniente da emação.
Para isso foram recolhidos factos e ideias provenientes de um domínio ainda mais afastado e amoral, que é o da queda e o do desamparo, mas que olha o mundo de forma distante, de olhos fechados ao ruído, no silêncio da queda ou na ascensão da metalinguagem.
+Info: https://galeriafernandosantos.com/
"This exhibition departs from the essence of Copernicus' book ‘On the Revolutions of the Heavenly Orbs’, which questioned the anthropocentric theory and, by relativising man's role in the universe, made religion tremble and forced rethinking on astronomy. This exhibition is about that periphery in which we live, a place to which science has sent us without any redemption."
"Esta exposición buscó su origen en la esencia del libro de Copérnico ‘Sobre las revoluciones de los orbes celestes’. El libro de Copérnico cuestionó la teoría antropocéntrica y, al relativizar el papel del hombre en el universo, hizo temblar a la religión y obligó a replantearse la astronomía. Esta exposición trata de esa periferia en la que vivimos, un lugar al que la ciencia nos ha enviado sin redención".