10:00h-12:00h, 14:00h-17:00h, terça-feira a domingo
A Casa-Museu Teixeira Lopes/Galerias Diogo de Macedo abre ao público, no dia 8 de dezembro, uma exposição de presépios, composta pelas coleções do Mestre António Teixeira Lopes e de Diogo de Macedo a que se juntaram obras de diversas instituições nacionais, entre elas uma pintura a óleo do menino Jesus, da autoria de Josefa de Óbidos. A inauguração está marcada para as 16h30, com um momento musical pelo coro infantil da Academia de Música de Vilar do Paraíso, seguida de visita à exposição, com atuação do Quarteto de Cordas do Conservatório Regional de Gaia.
A partir de um núcleo composto pelas
coleções de presépios de Teixeira Lopes e de Diogo de Macedo, cuja curadoria
esteve a cargo do Historiador de Arte Alexandre Pais, esta exposição engloba exemplares
da arte presepista, gentilmente cedidos por instituições de referência (Museu
Nacional de Arte Antiga, Museu Nacional Soares dos Reis, etc.) produzidos em
diferentes regiões do país, com inspirações diversas e de diferentes épocas,
desde o séc. XVII até à atualidade, dando a conhecer a multiplicidade de cores
e texturas que nasceram da imaginação de artistas e artesãos.
Nesta exposição, peças de António
Ferreira e do Laboratório Joaquim Machado de Castro, reconhecidos barristas
portugueses do séc. XVIII, convivem com criações de alguns dos nomes maiores do
artesanato português, como Rosa Ramalho, demonstrando assim, como a
representação do nascimento de Jesus evoluiu ao longo dos tempos, das igrejas e
palácios para as casas, do erudito para o popular, sendo recriada vezes sem
conta, ao longo dos tempos e nas diversas geografias. De resto, o próprio Diogo
de Macedo não criava distinções entre os renomados barristas e os artesãos, com
abordagens mais naïf, afirmando que
estes criaram “obras dignas de espanto pela sua interpretação
espiritual, como as daqueles com a sua sabedoria expressional”.
O Município de Gaia, através do Pelouro
da Cultura, assinala, assim, a época natalícia em que entramos, não perdendo de
vista o esforço constante de preservação, divulgação e valorização do nosso
património cultural material e imaterial, dando, neste caso, relevo à arte
presepista, uma atividade que, de acordo com algumas opiniões, pode estar em
crise. A fim de sensibilizar os mais novos para este universo de beleza e
magia, estão já a ser agendadas visitas de escolas e atividades lúdicas,
dirigidas à comunidade escolar. Assumiu claro ênfase, na organização desta
exposição, o contacto e a colaboração com diversas instituições culturais, e o
fomento do trabalho em rede, para uma maior eficácia da gestão cultural.
O gosto pela arte presepista de Teixeira
Lopes parece ter nascido por influência de seu pai, José Joaquim Teixeira
Lopes, ele próprio barrista, e criador de figuras de presépio. Já Diogo de
Macedo deixou bem claro o seu apreço por esta manifestação artística no seu
livro “Em redor dos Presépios Portugueses”. Nesta obra de 1940, o artista
destacava a qualidade da produção presepista portuguesa do séc. XVIII, lançando
avisos para a necessidade de salvaguarda deste património. Ao longo das suas
vidas, Teixeira Lopes e Diogo de Macedo reuniram um conjunto valioso de
natividades e figuras de presépio, resgatando-as de futuro incerto. Esta
exposição pretende dar a conhecer este tesouro, valorizando-o por contraponto
com elementos de outras coleções, igualmente valiosas.
Colaboração: Palácio de Queluz; Museu
Nacional de Arte Antiga; Museu
Nacional Soares dos Reis; Museu de
Artes Decorativas (Fundação Ricardo E.S. Silva); Diocese de Portalegre-Castelo Branco (Coleção Rui Sequeira); Museu de Cerâmica das Caldas da Rainha; Museu de Olaria de Barcelos; Irmãos Baraça (artesãos); Irmãos Mistério (artesãos).