julho e agosto 2019
Segunda a sexta-feira: 10:00-18:00
Sábados, domingos e feriados: 15:00-19:00
On loss of liberty and human dignity.
Uma exposição fotográfica sobre a liberdade perdida e a dignidade humana.
Através das barras da sua cela solitária, na cadeia para presos políticos, ele conseguiu passar um pedaço de papel para a minha mão. O guarda tinha virado as costas por um momento. O papel tinha apenas uma frase escrita, sem nome: “Diz ao mundo que nós existimos”. Estávamos em 2001.
Este apelo de um anónimo na Colômbia tirou-me a paz. O desconforto de o ter conhecido – e a tantos outros como ele – provocou-me, forçou-me a fazer alguma coisa. (...) Rune Eraker, Nesodden, setembro de 2018
Diz
ao mundo que nós existimos
Uma
exposição fotográfica sobre a liberdade perdida e a dignidade
humana.
Através
das barras da sua cela solitária, na cadeia para presos políticos,
ele conseguiu passar um pedaço de papel para a minha mão. O guarda
tinha virado as costas por um momento. O papel tinha apenas uma frase
escrita, sem nome: “Diz ao mundo que nós existimos”. Estávamos
em 2001.
Este
apelo de um anónimo na Colômbia tirou-me a paz. O desconforto de o
ter conhecido – e a tantos outros como ele – provocou-me,
forçou-me a fazer alguma coisa. Uma década e meia depois, iniciei
um projeto de quatro anos, no qual procurei presos esquecidos e
outros a quem a liberdade foi tirada.
Esta
exposição é sobre eles, aqueles que são presos, isolados,
torturados, reprimidos e condenados – nos piores cenários, à
morte. Alguns por aquilo em que acreditam. Outros são vítimas de
leis injustas, de preconceitos, de políticas, de regimes, da
violência ou da devastação da guerra.
Mas
a exposição é também sobre força. Sobre coragem, e a capacidade
de sofrer e suportar. Aqui estão pessoas famosas como Edward
Snowden e o Dalai Lama, mas também ativistas desconhecidos como
David Muhuthu no Quénia e Ko Saw na Birmânia. Esta exposição
mostra aqueles que lutam contra a injustiça e aqueles que tentam
criar uma vida digna, em condições indignas.
O
meu desconforto não desapareceu. Há tantos outros que deveriam ter
sido trazidos para a luz. Esta exposição dá-lhe a oportunidade de
ver uma pequena minoria, de viver as suas histórias e de ouvir o que
eles têm para dizer.
Rune
Eraker
Nesodden,
setembro de 2018